sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Separatismo por quê?

Criamos este blog como mais uma ferramenta para debater e tirar as dúvidas sobre a divisão do Pará com a Região Metropolitana de Belém e bragantina e outras. O sentimento separatista, que existe há muitos anos, não deixa de ter razão, pela ausência física do Estado em muitas regiões, como as do Sul e Oeste.
Quero reafirmar o meu respeito e admiração pelos que para aqui vieram e ajudaram a construir este Estado. Que eles possam incorporar o sentimento de paraensismo e lutar por um Pará mais forte, para que suas riquezas sejam distribuídas igualmente entre o povo.


Saiba mais sobre as atividades do Dep. Joaquim Passarinho no site: www.joaquimpassarinho.com

7 comentários:

Dayan Serique disse...

Respondo ao seu blog, com o seguinte trecho da música do Peninha "Quem ama Cuida".
Vossa Excelência é conhecedor da luta histórica que a região Oeste do Pará trava para garantir a sua autonomia política em virtude de anos e anos estarmos entregues ao próprio abandono, ou conquistamos as coisas na luta ou somos premiados por obras eleitoreiras e coisas dessa natureza.
O motivo de nosso desejo de emancipação é justamente por estamos cansados de tanto descaso. Não somos melhores nem piores dos que vivem a sombra de Belém, mas somos diferentes, isto sei que somos. Aqui temos hábitos e cultura diferente e isso deve ser respeitado através da criação do Estado do Tapajós.
Espero que esse debate seja proveitoso e respeitoso e que no final dele Vossa Excelência possa estar convencido de que o Estado do Tapajós é essencial para o fortalecimento da Amazônia, pois criará novas unidades federativas e diminuirá as desigualdes existente na atual estrutura do Estado do Pará.

Joao Carlos Rodrigues disse...

Senhor deputado,

Compartilhamos do seu sentimento de respeito por todos os paraenses e por aqueles que vieram para este Estado, ajudando a construir o seu desenvolvimento no decorrer das últimas décadas.
Acreditamos, até, nas boas intenções do nobre parlamentar de querer ver o Pará unido em torno de um projeto comum de crescimento e de melhores condições de vida para todos. Porém, não podemos comungar da idéia de que essa distribuição das riquezas e dos investimentos estatais se dará por todo o Estado, senhor deputado, porque isto vem sendo prometido desde que o Pará é Estado (ou seja, há 400 anos), sem nunca se concretizar.
Caro deputado Passarinho, sei que o senhor, ao contrário da maioria dos militantes contra a reestruturação territorial do Pará, conhece bem o sul e o sudeste do Estado, já que me lembro bem de suas andanças por aqui quando participava da coordenação da campanha do seu tio Jarbas Passarinho ao governo do Estado, em 1994. Não sei se o senhor tem andado por aqui nos últimos 13 anos, mas quero informá-lo que desde aquela época muita coisa mudou. E mudou para pior, deputado: as estradas se deterioraram, passando de vez em quando por tapa-buracos insuficientes para resolver o problema; a segurança pública não existe; a Cosanpa não conseguiu ampliar seu atendimento para um município sequer nos últimos 20 anos e onde atende, o faz muito mal.
Aliás, deputado Passarinho, quem mora em 35 dos 38 municípios do sul e sudeste do Pará não sabe que a Cosanpa existe. Já quem mora em Marabá (como eu), Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu sabe da existência da companhia exatamente pelo péssimo serviço prestado por ela.
Aqui em Marabá, a Cosanpa atende (?) 30% das residências, sendo que em algumas áreas (a maioria) a população fica sem água por dias e semanas até. Eu mesmo acabei de mudar de residência porque não suportei mais contar com a água da Cosanpa de dois em dois dias, ou somente às madrugadas, como aconteceu nos últimos dois anos.
Ainda acerca do assunto, nobre deputado, é por essa completa ausência do governo paraense que a Saneatins, a empresa de Saneamento do Tocantins, já está adentrando ao território paraense, tendo já implantado sistema de abastecimento de água em São Geraldo do Araguaia, onde já fez funcionar também sistema de esgoto domiciliar, inclusive com estação de tratamento dos resíduos.
A mesma Saneatins está na briga para abocanhar os serviços de água e esgoto em Xinguara, Tucumã, Curionópolis e, agora, Eldorado do Carajás. E vai abocanhar. Sabe por que, deputado? Porque a nossa Cosanpa, muito mal gerenciada pelo governo do Pará, está quebrada e não consegue fazer os investimentos necessários para atender a população.
Não sei se a imprensa da capital tem atualizado os números da violência no sudeste do Pará ou se o senhor, como representante dos 143 municípios paraenses na Assembléia Legislativa, tem mecanismos para se informar do que anda acontecendo por aqui, caro deputado Passarinho. Mas, caso o senhor não saiba, o IML de Marabá já necropsiou 500 corpos somente este ano, vítimas da violência e da falta de governo.
Os assaltos acontecem às dezenas diariamente, e não é somente pelas madrugadas. A bandidagem, ciente da incapacidade da polícia em combatê-la, prefere assaltar à luz do dia, às vezes ferindo e até matando suas vítimas em praça pública. O cenário, caro deputado Passarinho, é de caos absoluto com uma população acuada pelos marginais e uma polícia que não recebe o devido apoio governamental para agir. Isso, deputado, pode ser inclusive tema para um discurso seu na tribuna da Assembléia Legislativa, já que o senhor se mostra tão generosamente preocupado em manter a unidade do Pará. Respeitosamente, acho que o mínimo que o senhor pode fazer é começar a levantar seus olhos além das fronteiras da Região Metropolitana de Belém, lembrando-se que aqui nos rincões do interior existem vidas sendo ceifadas, existem seres humanos clamando por atenção de seus representantes no Parlamento e no Executivo.
Gostaria de convidá-lo, deputado Passarinho, para visitar as escolas estaduais em Marabá e ver de perto as condições em que estão sendo formadas as cabeças que terão sobre si a responsabilidade de conduzir este Estado no futuro. Alunos do ensino médio, há muito, estão estudando sem professores de determinadas disciplinas por meses ou anos a fio. É isso mesmo!!! São "preparados" para o vestibular sem ver boa parte das matérias obrigatórias porque o governo, tão rápido em combater a divisão do Estado, anda a passos de tartaruga quando se trata de realizar concurso público para suprir as vagas de professores de matérias fundamentais, como Química, Matemática, Biologia e outras.
Enfim, caro deputado Joaquim Passarinho, se for enumerar todos os problemas graves que afligem a população do sul e sudeste do Pará, vou ficar aqui o dia inteiro tomando o seu tempo, que sei muito precioso para ser ocupado por um simples caboclo do interior do Pará.
Para terminar, lembro que o anseio emancipacionista não nasceu do nada, como um simples capricho de quem não mais quer fazer parte do Pará. A febre pela divisão vem de uma doença crônica chamada abandono, deputado. E essa doença só é curada com investimentos concretos que resolvam as misérias que atacam nossa população.
Fico com o vereador Miguelito, paraense, presidente da Câmara Municipal de Marabá, que diz que o movimento pela criação de Carajás só pode ser enfrentado com uma atitude: tragam R$ 1,5 bilhão e invistam em estradas, saúde, educação, segurança, infra-estrutura urbana, saneamento, etc. Agora, com plenárias, seminários e discursos vazios, o governo e todos os que combatem a idéia da reestruturação territorial do Pará estão perdendo o seu tempo. Quando não fortalecendo ainda mais a luta pela divisão.

Um forte abraço,

João Carlos Rodrigues
Marabá - Pará

Jeová Dourado de Sousa disse...

O Pai que ama o filho, deixa-o seguir seu destino, e não atrapalha o seu desenvolvimento.
Separação no caso do Carajás não quer dizer divisão, mas sim, Separação de gestão para o desenvolvimento da região.
Deixem os desenvolver!!!

Unknown disse...

NÃO AO SEPARATISMO E A DIVISÃO DO PARÁ

De uma forma geral eu sou contra as divisões para criação de novos estados no Brasil. Porém devo considerar que todos os problemas e debates sobre o assunto devem ser bem intensificados em cada região do Brasil, pois cada caso é um caso. No caso especifico do Estado do Pará eu sou totalmente contra.

Sou paraense de nascimento e sei que o meu estado tem muitos problemas, porém os motivos que sustentam os movimentos separatistas são totalmente políticos com interesses de grupos locais e elites que são de fora do Pará. Estão pretendo até que o suposto plebiscito seja apenas nas regiões a serem fragmentadas e não em todo o Estado do Pará, que é o certo; pois sabem que não há uma unanimidade com relação a proposta de divisão, sendo a grande maioria do povo paraense contra o retalhamento do nosso Estado.

O processo de redivisão do estado do Pará é muito complicado (além de ser absurda), e não pode ser vista de uma forma simples como solução para todos os problemas das regiões oeste, sudeste e marajó. Vários outros fatores devem ser levados em consideração, pensados e discutidos. Os separatistas argumentam que a ausência do estado e a distância geográfica da capital impede o desenvolvimento das regiões a serem fragmentadas, causando o sofrimento das populações locais com a falta de assistência, saúde e escolas de boa qualidade.

Em parte, realmente pode ser verdade, pois existem muitos municípios que carecem de infraestrutura, saneamento com altos índices de desemprego e violência. Contudo, isso tudo não são exclusividade do nosso Estado, pois ocorre em todo o Brasil, sendo assim, uma realidade Nacional. Vejamos o exemplo do Maranhão que possui um Centro Tecnológico mais avançado de Estudos Espaciais, a Base de Alcântara, que é visada pelo mundo inteiro inclusive pelos E.U.A. Contudo, alguns municípios próximos sofrem com a falta de saneamento, desemprego e educação de má qualidade. No próprio Distrito Federal existem municípios circunvizinhos e moradores próximos em extrema miséria.

Quando se pensa em redividir territórios, deve-se levar em consideração quais as partes que sairão ganhando ou perdendo. Devemos pensar quem são os verdadeiros interessados no retalhamento do nosso Estado. Pessoas envolvidas em grilagem de terras, conflitos agrários, políticos que visam o próprio interesse, fazendeiros, madeireiros, etc. todos esses tem certo interesse na criação das supostas unidades federativas, pois querem ampliar seu poder de atuação nas regiões em questão.

Qualquer pessoa em seu estado normal sabe que criar novos Estados custa caro, pois multiplicam-se os empregos e cargos públicos; com isso quem acaba pagando a conta somos nós os contribuintes. Além disso, a Federação não tem dinheiro para tal realização. Vai ser um peso muito grande para a União ter que bancar tal empreendimento ilusório, já que ela não tem dinheiro nem para melhorar e expandir a qualidade de ensino de nossas escolas e universidades, que por sinal já estão bastante sucateadas.

Portanto é loucura querer gastar, desnecessariamente, dinheiro com a criação de novos Estados somente para satisfazer os desejos mesquinhos de um pequeno grupo de políticos locais interesseiros e forasteiros. Além disso, se fosse verdadeiro o argumento de que retalhando o Estado do Pará vai melhorar o desenvolvimento das regiões menos assistidas, então porque Estados menores tais como Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, etc., enfrentam problemas graves como exploração sexual de mulheres e crianças, tráfico de entorpecentes e arma, trabalhadores rurais que são usados como mão de obra escrava, descaso das autoridades, ausência do governo, entre outros?

O que dizer então de centenas de trabalhadores rurais que são submetidos a condições de escravidão por fazendeiros inescrupulosos (que por sinal é algo muito comum nas regiões serem fragmentadas). Será que “recortando” o Pará essa situação será solucionada ou vai piorar?

Basta citar um caso, que foi noticiado em vários veículos de comunicação, ocorrido no município de BRASIL NOVO onde foram encontrados homens, mulheres e crianças trabalhando em regime de escravidão, passando fome e sendo tratados a condições sub-humanas por um fazendeiro que era pai do prefeito desse município, na época. E isto não é um caso isolado, freqüentemente se tem noticias da DRT libertando trabalhadores rurais desses tipos de fazendeiros!

Portanto, os problemas encontrados aqui são enfrentados no país inteiro sem exceção. Será que a ausência do Estado é uma exclusividade nossa? Será que os problemas sociais que aqui enfrentamos não ocorrem no resto do País e em outros Países? ou então no restante do Brasil tudo corre como um paraíso?

Dessa forma se forem pesadas em um balança, e analisadas mais criticamente veremos que os pontos negativos dessa suposta divisão sobrepujam e muito os positivos.

Se nas regiões sudeste e oeste existem problemas de infraestrutura, saneamento, educação de má qualidade; na verdade não é por causa das dimensões continentais do Pará que está impedindo o progresso. Os principais culpados disso são os próprios políticos que representam essas regiões, que não fazem o quanto deviam para captar mais recursos para desenvolver essas regiões. São incompetentes demais para elaborar bons projetos que visem o crescimento e a melhoria de vida para os habitantes locais.

Ao contrário, tais políticos pensam apenas em ganhar votos e conseguir recursos para melhorar suas próprias contas bancárias, e com isso deixam o povo a míngua, sem nenhum tipo de assistência e perspectiva. E depois querem jogar a culpa para região nordeste do Pará, tentando convencer a todos, com falsos argumentos, de que dividindo o Estado irá solucionar milagrosamente todos os problemas da nossa região. Vale ressaltar ainda, que os políticos que hoje defendem a divisão são os mesmos que, durante anos, nunca fizeram nada pra mudar a realidade econômica e social dessas regiões. Nunca se empenharam para melhorar e criar hospitais e escolas de qualidade, e agora fazem falsas promessas pra tentar enganar a população.

E só para terminar, devo dizer que para resolver os problemas de nossas regiões, não é preciso passar uma linha divisória, já que na atualidade, tanto em nível regional como nacional, os cofres públicos não suportariam gastos desse tamanho. Basta para isso vontade e competência política e melhor informação e conscientização do povo na hora de escolher seus representantes. Pois é isso que faz a diferença!

Aderson S. A.

Val-André Mutran  disse...

E senhor não publica os comentários com mêdo de quê?

Alysson disse...

separatismo=novas elites querendo area de influencia, onde possam roubar e mandar a vontade

Anônimo disse...

Deputado pq o sr. não tem coragem para colocar o comentário do blog aparte? Cheirando seu enterro Político. Talvez o seu tio, apesar das armas que tinha além das metralhadoras os AI-1,2,3,4 e5 fosse mais corajoso que o nobre deputado, então coloque o que a oposição ao senhor é capaz de escrever, mesmo não sendo o suposto "paraense" que o senhor qualificou naquele folhetim, do qual a maioria nem consegue saber quem são esses almofadinhas que talvez sejam igual a Vossa Excelência:
Senhor deputado,

Compartilhamos do seu sentimento de respeito por todos os paraenses e por aqueles que vieram para este Estado, ajudando a construir o seu desenvolvimento no decorrer das últimas décadas.

Acreditamos, até, nas boas intenções do nobre parlamentar de querer ver o Pará unido em torno de um projeto comum de crescimento e de melhores condições de vida para todos. Porém, não podemos comungar da idéia de que essa distribuição das riquezas e dos investimentos estatais se dará por todo o Estado, senhor deputado, porque isto vem sendo prometido desde que o Pará é Estado (ou seja, há 400 anos), sem nunca se concretizar.

Caro deputado Passarinho, sei que o senhor, ao contrário da maioria dos militantes contra a reestruturação territorial do Pará, conhece bem o sul e o sudeste do Estado, já que me lembro bem de suas andanças por aqui quando participava da coordenação da campanha do seu tio Jarbas Passarinho ao governo do Estado, em 1994. Não sei se o senhor tem andado por aqui nos últimos 13 anos, mas quero informá-lo que desde aquela época muita coisa mudou. E mudou para pior, deputado: as estradas se deterioraram, passando de vez em quando por tapa-buracos insuficientes para resolver o problema; a segurança pública não existe; a Cosanpa não conseguiu ampliar seu atendimento para um município sequer nos últimos 20 anos e onde atende, o faz muito mal.

Aliás, deputado Passarinho, quem mora em 35 dos 38 municípios do sul e sudeste do Pará não sabe que a Cosanpa existe. Já quem mora em Marabá (como eu), Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu sabe da existência da companhia exatamente pelo péssimo serviço prestado por ela.

Aqui em Marabá, a Cosanpa atende (?) 30% das residências, sendo que em algumas áreas (a maioria) a população fica sem água por dias e semanas até. Eu mesmo acabei de mudar de residência porque não suportei mais contar com a água da Cosanpa de dois em dois dias, ou somente às madrugadas, como aconteceu nos últimos dois anos.

Ainda acerca do assunto, nobre deputado, é por essa completa ausência do governo paraense que a Saneatins, a empresa de Saneamento do Tocantins, já está adentrando ao território paraense, tendo já implantado sistema de abastecimento de água em São Geraldo do Araguaia, onde já fez funcionar também sistema de esgoto domiciliar, inclusive com estação de tratamento dos resíduos.

A mesma Saneatins está na briga para abocanhar os serviços de água e esgoto em Xinguara, Tucumã, Curionópolis e, agora, Eldorado do Carajás. E vai abocanhar. Sabe por que, deputado? Porque a nossa Cosanpa, muito mal gerenciada pelo governo do Pará, está quebrada e não consegue fazer os investimentos necessários para atender a população.

Não sei se a imprensa da capital tem atualizado os números da violência no sudeste do Pará ou se o senhor, como representante dos 143 municípios paraenses na Assembléia Legislativa, tem mecanismos para se informar do que anda acontecendo por aqui, caro deputado Passarinho. Mas, caso o senhor não saiba, o IML de Marabá já necropsiou 500 corpos somente este ano, vítimas da violência e da falta de governo. Os assaltos acontecem às dezenas diariamente, e não é somente pelas madrugadas. A bandidagem, ciente da incapacidade da polícia em combatê-la, prefere assaltar à luz do dia, às vezes ferindo e até matando suas vítimas em praça pública. O cenário, caro deputado Passarinho, é de caos absoluto com uma população acuada pelos marginais e uma polícia que não recebe o devido apoio governamental para agir. Isso, deputado, pode ser inclusive tema para um discurso seu na tribuna da Assembléia Legislativa, já que o senhor se mostra tão generosamente preocupado em manter a unidade do Pará. Respeitosamente, acho que o mínimo que o senhor pode fazer é começar a levantar seus olhos além das fronteiras da Região Metropolitana de Belém, lembrando-se que aqui nos rincões do interior existem vidas sendo ceifadas, existem seres humanos clamando por atenção de seus representantes no Parlamento e no Executivo.

Gostaria de convidá-lo, deputado Passarinho, para visitar as escolas estaduais em Marabá e ver de perto as condições em que estão sendo formadas as cabeças que terão sobre si a responsabilidade de conduzir este Estado no futuro. Alunos do ensino médio, há muito, estão estudando sem professores de determinadas disciplinas por meses ou anos a fio. É isso mesmo!!! São "preparados" para o vestibular sem ver boa parte das matérias obrigatórias porque o governo, tão rápido em combater a divisão do Estado, anda a passos de tartaruga quando se trata de realizar concurso público para suprir as vagas de professores de matérias fundamentais, como Química, Matemática, Biologia e outras.

Enfim, caro deputado Joaquim Passarinho, se for enumerar todos os problemas graves que afligem a população do sul e sudeste do Pará, vou ficar aqui o dia inteiro tomando o seu tempo, que sei muito precioso para ser ocupado por um simples caboclo do interior do Pará.

Para terminar, lembro que o anseio emancipacionista não nasceu do nada, como um simples capricho de quem não mais quer fazer parte do Pará. A febre pela divisão vem de uma doença crônica chamada abandono, deputado. E essa doença só é curada com investimentos concretos que resolvam as misérias que atacam nossa população.

Fico com o vereador Miguelito, paraense, presidente da Câmara Municipal de Marabá, que diz que o movimento pela criação de Carajás só pode ser enfrentado com uma atitude: tragam R$ 1,5 bilhão e invistam em estradas, saúde, educação, segurança, infra-estrutura urbana, saneamento, etc. Agora, com plenárias, seminários e discursos vazios, o governo e todos os que combatem a idéia da reestruturação territorial do Pará estão perdendo o seu tempo. Quando não fortalecendo ainda mais a luta pela divisão.

Um forte abraço,

João Carlos Rodrigues
Marabá - Pará"